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PUSH - Por que estamos acompanhando tantas aquisições de marcas de moda nos últimos tempos?
Por que estamos acompanhando tantas aquisições de marcas de moda nos últimos tempos?
Negócios

Por que estamos acompanhando tantas aquisições de marcas de moda nos últimos tempos?

Apesar da pandemia, desde o começo do ano passado observamos uma série de movimentações de aquisições de marcas de moda por grandes grupos e é possível que essa tendência continue por mais um tempo. 

Essas aquisições foram indiretamente impulsionadas por alguns motivos, um deles é o cenário de juros baixos no Brasil. Mas para você entender melhor o encadeamento lógico desses movimentos, nós conversamos com o time de M&A (Fusões e Aquisições) do Magalu, que também vem passando por um processo de expansão, adquirindo recentemente algumas empresas de varejo de moda esportiva e calçados - Netshoes, Zattini e Shoestock - e também de conteúdo de moda, no caso do Steal The Look e Push, é claro. 


_migração de recursos para o mercado de ações

Assim como dito anteriormente, os juros baixos tiveram um grande peso no incentivo dessas movimentações. Eles levam os investidores a procurarem alternativas com maior rentabilidade (e potencialmente maior risco), e uma dessas soluções é o mercado de ações.


_abertura de capital

O segundo fator, mercado de ações, é composto por empresas que têm capital aberto, ou seja, estão listadas e são negociadas na bolsa de valores. Quando uma empresa abre capital (IPO é a sigla para abertura de capital em inglês), ela tende a arrecadar uma boa quantia, parte destinada para os sócios, parte para pagamento de dívidas e outra parte para crescimento.

Do outro lado, o investidor que compra estas ações na abertura de capital espera um bom crescimento do negócio e, por consequência, a valorização de suas ações.

No ano de 2020, observamos várias aberturas de capital no mercado de moda, como o Grupo Soma (Animale, Farm, Fábula, A. Brand, Foxton, Cris Barros, Off Premium, Maria Filó, ByNV e agora Hering), Track & Field, Enjoei.

O varejo em especial tem sido uma estrela da bolsa de valores nos últimos anos, e o setor de moda tende a chamar atenção dos investidores por se tratar de marcas que todo o público conhece.


_expansão

Por fim, concluímos com o terceiro tópico, expansão. Não é novidade que existem expectativas, por parte dos investidores, que quando entram em uma oferta pública de ações, estas se valorizem e tenham ganhos na venda futura ou com dividendos distribuídos. Por isso, a tendência é que haja uma percepção de valor nas ações de empresas que têm mais chances de crescer. E é por isso que os grupos que estão abrindo capital já apresentam seus planos de expansão que, na maioria das vezes, envolvem a aquisição de outras marcas.

E é exatamente nesta terceira fase que estamos. Com isso, observamos que o Grupo Soma, logo depois de ter aberto capital e arrecadado 1,8 bilhões de reais, adquiriu a marca byNV e, mais recentemente, a Hering, empresa familiar centenária também negociada em bolsa.

Também observamos o grupo Arezzo, que já tinha capital aberto, adquirir a Reserva - o grupo também tentou comprar a Hering dias antes do anúncio da transação com o Grupo Soma.

Ambos os grupos anunciaram publicamente que têm estratégias para continuar seus caminhos de aquisição. Esse movimento não seria diferente ao de grandes grupos de moda internacionais, como a LVMH e Kering. Aqui no Brasil, tivemos um processo semelhante entre os anos de 2009 e 2014, período em que a Restoque adquiriu as marcas John John, Bo.Bô, Dudalina e Rosa Chá, e que a InBrands adquiriu a Cia de Marcas e outras marcas, formando um grupo que conta com Ellus, VR, Richards, Salinas, Bobstore, entre outras.

Apesar de os grupos ainda estarem com estas formações, ambos vêm passando por momentos desafiadores nos últimos anos. O fato é que estes processos de expansão foram, pelo menos em grande parte, motivados pela ideia de crescimento relacionada à entrada de recursos provenientes de (possíveis) aberturas de capital.


_case Magalu

Outra empresa que também está passando por um processo de expansão através de aquisições é o Magazine Luiza. Conversamos com a Beatriz Baby Jarochi, Analista de Novos Negócios da Magalu, para entender melhor o processo.

Ela explica que o objetivo é trazer mais digitalização para o Brasil, e a primeira fase foi trabalhar no próprio Magalu, mas que agora estão em uma segunda etapa: “É como um grande quebra-cabeça de várias pecinhas, algumas vamos desenvolvendo internamente e outras montamos através dos M&As, buscando empreendedores que sejam fera no que precisamos e que tenham o sonho igual ao nosso de digitalizar o país”.  Para isso, estão priorizando empresas com alinhamento de propósitos ao invés de focar apenas em ganhos de mercado.

Como se pode ver, a seleção dos grupos sobre que empresas devem avaliar para aquisições, porém, pode variar conforme a estratégia, tais como ganho de mercado, sinergia operacional, complementaridade das marcas para formação de portfólio diversificado diante do consumidor final e incorporação de recursos humanos capacitados, com alinhamento de propósitos.

A questão que fica é: como será o futuro desta nova fase de expansão dos grandes grupos de moda? Bom, isso vai depender de como esses forem capazes de enfrentar os desafios de lidar com a alta complexidade do setor, conciliar a subjetividade do produto criativo com a objetividade requerida para um bom gerenciamento, e lidar com o novo mundo “Omnichannel” que irá predominar daqui por diante. Em outras palavras, só o futuro dirá e até lá, deixamos o convite para você seguir conosco aqui, aprendendo e acompanhando as mudanças.

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