Para a maioria das pessoas, abril é aquele mês que começa a fazer um friozinho e que dá para estrear os looks de outono, mas também é o mês de correr para as demonstrações financeiras do ano anterior para analisar a performance dos grandes grupos de capital aberto!
Esse é o momento em que você deve estar pensando: “O quê?”. Bom, vamos lá... Empresas de capital aberto são aquelas que têm ações que podem ser negociadas em bolsas de valores, por isso precisam prestar contas para seus investidores. E elas têm até abril para publicar seus resultados completos do ano anterior.
Em 2020 tivemos o impacto da pandemia e movimentos interessantes como a abertura de capital da Track & Filed e do Grupo Soma, controlador das marcas Animale, Farm, Maria Filó, A.Brand, FYI e Foxton. Além disso, também tivemos a compra da Reserva pelo Grupo Arezzo e a compra da NV pelo Grupo SOMA. Ou seja, foi um ano bem movimentado.
No mercado de moda, algumas das principais empresas de capital aberto são os grandes grupos de varejo, como Renner, Riachuelo, C&A e Marisa, e alguns grupos de marcas mais nichadas, como os grupos Arezzo, Soma, Restoque, Inbrands, Hering e Track&Field. Vamos então para o que conseguimos apurar:
Entre os varejistas de moda, a queda de vendas entre 2019 e 2020 foi até que bem próxima para os quatro grupos mapeados, variando entre 20% e 26%.
Já para os grupos de marcas especializadas, a variação foi muito maior. A Track&Field foi a que teve melhor desempenho comparativo, pois conseguiu crescer 4% em vendas (mas o lucro caiu). Os grupo InBrands, detentor das marcas Ellus, Bobstore, VR, Richards, entre outras, caiu 47%. A Restoque, detentora da Le Lis Blanc, Dudalina, John John, Rosa Chá e John John, caiu 37%.
Esses números servem como uma certa referência para empresas menores se compararem. Porém, é claro que empresas maiores, fortemente estabelecidas com a base do varejo físico, tendem a ser mais impactadas com o fechamento das lojas.
Pessoalmente, acompanhei muitas empresas pequenas tendo desempenhos relativamente bons durante a pandemia. Isso porque são mais flexíveis para se adaptar às mudanças e conseguem rapidamente ajustar seus atendimentos para canais digitais e híbridos, mantendo a humanização da relação entre marcas e clientes.
O que sabemos é que, seja qual for o porte, a pandemia deixou uma marca forte sobre a maneira como compramos e o reflexo desta mudança é como as empresas se organizam para atender às nossas novas demandas. E a movimentação de Fusões e Aquisições continua intensa, com vimos recentemente com a venda da Hering para o Grupo Soma! Mas isso é assunto para um próximo texto.
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