É muito difícil acertar de primeira o que queremos fazer pelo resto da vida. Pode ser que você tenha dado sorte de seguir a carreira do curso que você se formou na faculdade, pode ser que você tenha dedicado uma vida inteira a um trabalho que não te satisfaz e pode ser, também, que você tenha decidido mudar de rota ao longo do percurso.
Você não está sozinha e, assim como eu, milhares de pessoas já passaram por esse dilema. Em 2016 me formei em Direito já sabendo que não queria seguir e, no segundo semestre de 2017, comecei a minha segunda graduação, em Publicidade e Propaganda.
Prestei o primeiro vestibular com 16 anos e se hoje, aos 25, ainda não sei muita coisa sobre a vida, aos 16 eu sabia muito menos. Talvez eu tenha embarcado nessa pela pressão social de ingressar na faculdade imediatamente após o término do ensino médio, por seguir os passos da família ou simplesmente pela incerteza do que fazer, mas por mais que eu queira passar bem longe da carreira jurídica e às vezes me incomodar por ter dedicado 5 anos a algo que eu não queria seguir, acredito que, de muitas formas, essa experiência me agregou.
O que eu quero dizer é que apesar de não ter virado uma advogada ou juíza, reconheço que tirei algumas lições valiosas dessa fase, como o fato de que é necessário impor as nossas vontades para chegar aonde desejamos. Parece óbvio, mas ficar esperando as coisas acontecerem não vai te levar a lugar nenhum.
A mudança de carreira não é uma decisão fácil e a transição não acontece do dia pra noite, já que é preciso levar em consideração vários pontos antes de decidir de fato, mas é válido você se permitir cogitar essa possibilidade. Ou seja, não ache que você tem que ficar na mesma carreira pra sempre e saiba que, caso venha a mudar, tudo bem, é normal e não há o menor problema nisso.
Na teoria a gente já sabe disso, mas na prática é um misto de frustração, desmotivação e uma vontade enorme de correr contra o tempo pra chegar logo aonde se deseja estar. E mesmo que a gente saiba que cada coisa acontece em seu tempo - ou seja, nada de ficar se comparando à colega que já está feliz e bem sucedida, é difícil aceitar que o nosso não foi tão rápido quanto o esperado.
Se você se encontra nesse dilema e não sabe o que fazer primeiro, sugiro começar identificando o porquê dessa vontade e se realmente vale a pena mudar de carreira. Não é o que você quer seguir pelo resto da vida? O dinheiro não compensa mais a infelicidade do dia-a-dia? Não sente mais afinidade com a sua área? Não curte o emprego atual? Existem mais oportunidades em outras áreas?
Os motivos pelos quais uma pessoa se questiona sobre a mudança de carreira são diversos, por isso é importante refletir se essa decisão é realmente a mais certa para você ou se apenas mudar de emprego dentro do seu escopo profissional é o que vai te fazer mais feliz. Pode acontecer de você ter feito o curso dos seus sonhos e não estar gostando somente do seu emprego atual, como também pode acontecer da profissão não ter correspondido às suas expectativas, não estar conseguindo uma vaga ou simplesmente não fazer mais sentido para você, entre inúmeros outros motivos.
Dá um medo enorme jogar tudo pro alto quando você já está encaminhada em uma profissão e com as responsabilidades da vida adulta, mas cabe a você decidir se o medo da mudança é maior do que a sua insatisfação e, também, se está disposta a investir tempo e dinheiro nessa nova rota. Aliás, a urgência pela independência financeira é praticamente inevitável, mas lembre-se que caso você tenha optado por seguir uma outra carreira, provavelmente não vai ganhar muito bem no começo, então é importante se planejar.
Se você está pensando em mudar de carreira, leia com atenção as seguintes dicas:
Considere fazer um curso de curta duração sobre o que te interessa: é uma ótima opção de relativamente baixo investimento para você ter a experiência, antes de investir ainda mais tempo e dinheiro, e descobrir se realmente gosta dessa área.
Pesquise a carreira dos profissionais da área: é fácil encontrar na internet o currículo de profissionais renomados, então aproveite para dar uma olhada e descobrir como essas pessoas chegaram aonde estão, o que estudaram, por onde passaram e o que produziram.
Olhe a grade curricular do curso: caso você esteja cogitando fazer uma segunda graduação, uma pós ou até mesmo um curso livre, estude a matriz curricular de cada uma de suas opções para fazer a melhor escolha para as suas necessidades - foi assim que escolhi a faculdade da minha segunda graduação.
Pesquise as vagas de empregos: quando eu estava em dúvida por qual caminho seguir, o que me ajudou muito foi olhar as vagas de empregos e ver os requisitos para aquelas que mais me chamavam a atenção, tanto em relação à formação quanto às aptidões.
Converse com pessoas que já passaram pela mesma situação: é sempre bom conversar com quem já esteve no seu lugar para saber as dicas e desafios enfrentados.
Networking: não é nenhum segredo que fazer networking ajuda muito em praticamente qualquer profissão, então não tenha vergonha e mesmo que ninguém da sua família ou círculo de amigos esteja trabalhando na área que você almeja, utilize a internet a seu favor - o LinkedIn está aí pra isso!
Coach de carreira: se puder, converse com um profissional especializado em ajudar a se encontrar profissionalmente.
Faça uma reserva financeira: se for possível, guarde dinheiro para eventuais gastos e, também, para te ajudar a se manter no início dessa trajetória.
Espero que esse post tenha te ajudado nesse momento tão importante e se você tiver alguma dúvida, comente abaixo pra gente conversar!