Covid-19 e o impacto no varejo
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Covid-19 e o impacto no varejo

Em meio a tantas incertezas e com o objetivo de entender o comportamento e movimentos do mercado, o Google Retail analisou a situação dos países que foram afetados pelo coronavírus antes do Brasil e preparou um material para fornecer informações de suporte ao nosso país no combate da pandemia. Além de ser uma fonte segura para melhor compreender o que está e estará acontecendo, o estudo também busca auxiliar as marcas a enfrentarem este momento.

Entre as tendências reportadas na análise, o impacto no varejo físico tende a não somente sofrer uma queda de fluxo de pessoas nas lojas, como também fazer com que os comerciantes repensem os formatos de entrega dos produtos, de modo a evitar o contato pessoal.

 O Governo prevê uma economia estagnada em 2020, mas os estudos mostram uma aceleração nas categorias essenciais, como a de alimentos e de higiene, pois em tempos de crise, as pessoas tendem a estocar produtos não perecíveis. Se o varejo físico percebeu uma queda, o inverso ocorre no online: com menos gente circulando nas ruas, o esperado é que as pessoas recorram aos e-commerces, apps e serviços de entrega para fazer as compras.

A economia mundial em muito está sofrendo com o Covid-19 e o varejo sentirá em diversos aspectos, como no aumento do preço dos produtos, já que os insumos estarão mais caros devido ao câmbio mais alto e é sabido que muitos dos materiais são importados da Ásia. 

O PIB menor e a redução de crédito, como já preveem as autoridades, também afetarão o comércio, pois as pessoas consumirão menos. Ainda no escopo o econômico, com a volatilidade do mercado financeiro, as pessoas se sentem inseguras para investir e, no geral, não desejam correr riscos.

Diante desse cenário, o consumidor tende voltar os seus gastos para os bens de primeira necessidade e as indústrias mais impactadas serão aquelas que envolvem o contato humano, como entretenimento fora de casa, turismo e salões de beleza. Pode-se inferir, portanto, que bens de “luxo” - que aqui refere-se não somente aos produtos mais caros, mas também a bens e serviços que não são considerados inerentes à sobrevivência humana - também serão afetadas, bem como a indústria de bens duráveis.

Essas tendências são justificadas, em parte, pela já percebida movimentação online das pesquisas: nas últimas semanas, o Google relatou que a crescente busca por produtos de higiene, como álcool gel e máscaras; em contraste, houve uma queda acentuada de categorias de moda e móveis e, finalmente, um aumento considerável pela procura de entretenimento - em tempos de quarentena, séries, filmes, livros e afins ajudam a conviver com o isolamento forçado.

Contudo, a perspectiva para o fim dessa crise é bastante positiva: a indústria do lazer (entretenimento fora de casa, turismo e restaurantes) pode respirar aliviada, pois o esperado é uma recuperação rápida - ora, com o fim da pandemia, as pessoas vão realmente querer comemorar!

A indústria da moda também pode esperar por uma recuperação relativamente rápida, enquanto a alimentícia e a de higiene seguirão aquecidas. A ressalva é para a indústria de bens duráveis, que provavelmente levará mais tempo para se recuperar.

Enquanto essa situação ainda não melhora, os varejistas podem tomar algumas medidas para ajudar, são elas:

  • Comunicar informações claras e transparentes: as marcas devem comunicar as mudanças de suas operações, como horário de funcionamento, tempo de entrega, falta de produto e limitações de venda.

  • Evitar preços abusivos: em momentos desafiadores como o que vivemos, as empresas devem evitar elevar os preços de forma oportunista.

  • Permitir uma maior flexibilidade de pagamento: é sugerido que as marcas aumentem as opções de pagamento e as linhas de crédito para viabilizar o acesso da população.

  • Mostrar preocupação e cuidado com seus colaboradores, espaço físico e clientes: quando não é possível pausar as operações, as empresas devem disponibilizar produtos de higiene e condições flexíveis para seus clientes e colaboradores (ex: dispensar funcionários que pertencem a grupo de risco ou que convivem com tais).

Embora o varejo esteja sofrendo com a pandemia, é preciso reconhecer que diversas empresas têm se esforçado para tornar as condições mais amenas para a população, como a disponibilização de cursos grátis, redução de taxas de entrega e flexibilização da jornada de trabalho. No entanto, uma parcela muito grande de marcas e trabalhadores autônomos ainda carecem desses cuidados e é dever daqueles que podem, fazer a sua parte para o bem de todos. 

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