Tem gente que me encontra em eventos e lugares mais do nosso meio e fica: eu te conheço de algum lugar. E eu sempre imagino que seja por conta dos lugares que trabalhei, que me deram certa vitrine para o mercado e os seguidores que tenho hoje, e logo me apresento fazendo com que a pessoa rapidamente ligue os pontos e se lembre de mim.
Se você teve essa dúvida - ou se não teve também, tudo bem hehehe -, me apresento: sou a Beatrice, tenho 28 anos, sou jornalista e comunicadora de moda, beleza e lifestyle em carreira solo. Há sete anos entrei para o time da Revista Glamour, no início da jornada do título no Brasil, e fui contratada mais nova quando era mais nova que a estagiária. Fui direto da faculdade de Jornalismo, que cursei na Puc-Campinas, para o cargo de repórter na revista. Um mix de sorte com estar no lugar certo na hora certa, mas também muito empenho para mostrar para a então diretora de redação, Mônica Salgado, que eu merecia estar ali.
Com a Paula Merlo, hoje diretora da Vogue - uma das pessoas que mais me ensinou e me ajudou crescer na época da Glamour
Foram quase quatro anos no título, os quais eu atribuo muito do meu crescimento profissional e hoje conhecimento sobre diversas áreas, até que decidi deixar a redação para ser editora de moda digital da Schutz. Uma mudança e tanto do editorial para o varejo. Metas, números, vendas, resultados... uma cobrança que até então existia em outro formato, já que o editorial era beeem diferente. Me adaptei à mudança quando, numa crise existencial - término de namoro, insatisfação pessoal, "o que eu quero da vida?", entre outros questionamentos -, decidi deixar o cargo após um ano. Minha demissão foi pautada em ter tempo pra mim, me dedicar a projetos freelancers e, de repente, empreender (alguém aí se identifica?). Foi tudo por água abaixo (ou acima?) quando recebi, quase na mesma semana da demissão, convite para voltar à redação, desta vez, na Vogue. E lá fui eu para o maior título de moda mundial, na casa brasileira deles. Eu era produtora executiva, pra quem sabe o que é a área não preciso falar muito kkkkkkk, para quem não sabe, tentarei resumir: eu era o pára-raio da revista. A que fazia acontecer - capas, editoriais, perrengues, permutas para otimizar o budget. Mais perrengues, e também perrengues internacionais, mas sem sair do Brasil (tipo produzir uma capa com Ale Ambrósio na Coréia do Sul, mas sem ir para Coréia). Durante o ano que estive no time, trabalhei com os melhores profissionais do mercado na área, tirei do papel projetos e editoriais importantíssimos, chorei, me questionei novamente "o que eu queria da vida", tudo isso sob muita pressão, choro, angústia e também alegrias de ver que no fim deu tudo certo. Não era fácil ser produtora executiva da Vogue, mas eu engolia o choro ao saber também que não era para qualquer um. E, convenhamos, que privilégio ser "the one" da versão brasileira?
Com Jeremy Scott em Trancoso, em entrevista exclusiva para Vogue Brasil
Em abril de 2018, deixei o time para voo solo. A mesma pauta da demissão anterior, mas dessa vez pra valer. Cheguei a ser especulada para cargos beeem bacanas em marcas e empresas aqui no Brasil, mas quando vi que sozinha eu poderia ser muito mais, decidi ver o que eu tinha de melhor para ser meu próprio CNPJ. Me reaproximei de marcas para conteúdo, fiz freela de um tudo que possam imaginar, tive meses bem difíceis por conta da instabilidade financeira do voo solo... Com isso, criei projetos para que eu não dependesse só da demanda do mercado. O principal deles - e que é um dos dias mais especiais do ano para mim - é o meu workshop. Um dia que tenho o privilégio de receber pessoas interessadas sobre as áreas que trabalhei para dividir o que tenho de mais precioso: meu tempo, meu conhecimento, meus perrengues, aprendizados, insights e muito mais...
Workshop Working Girl
Quando me perguntam sobre o que eu sei, o que eu faço e o que eu tenho conhecimento, uso as palavras da Moni Salgado, que me apresentava como "repórter multiuso". Às vezes eu não gostava, mas hoje agradeço cada multifunção que tive e me ensinaram tanto para meu próprio CV de conhecimento. Se precisar armar um evento, eu sei. Se precisar escrever um texto, também. Chegar até uma celebridade? Tenho um mailing gigante. Cobrir eventos enormes? Tiro de letra. Unir marcas e pessoas? Faço também. Usar meu relacionamento ao meu favor? Com os pés nas costas. E tudo isso atrelado a minha vida real, publicada no meu Insta, entre looks do dia, makes, conteúdos de carreira, festas, e o que der e vier.
Cobrindo o Camarote Salvador sozinha - recebendo celebridades, buscando convidados na porta, subindo fotos no Insta... e tomando um drink também, né
Por lá, busco muito equilibrar de tudo um pouco que falei acima. Tento sempre pensar no que as pessoas querem saber, o que tem feito falta no conteúdo de influenciadores... tudo de maneira leve, real e próxima. No início do ano, por exemplo, pedi para que minhas seguidoras abrissem o salário delas para um conteúdo nos stories. Recebi mais de 100 salários reais para ajudar quem tá do outro lado da tela do celular. Vocês já viram alguém falar disso abertamente?
Também publico vagas sempre que possível, tudo na área de moda, beleza e lifestyle, só de empresas bacanas. O filtro do conteúdo ali é sempre pensando no que eu gostaria de ver e ninguém publica/fala. Até então, tudo ficava nos stories. Estou muito feliz que a partir de hoje tenho mais este canal aberto aqui e, como tudo que faço é para minha audiência, sugestões são bem-vindas, no e-mail, no meu inbox, nos comentários...
Espero poder agregar e ajudar a tirarem dúvidas, anseios, angústias, e vibrar passos dados, novidades e tudo de mais maluco que esse nosso universo de conteúdo, moda, digital e vida real nos permite viver.
