Como designer, sempre trabalhei em projetos onde o resultado era gráfico e consequentemente, estético. Entender como os clientes julgavam o resultado de todo um processo em poucos milissegundos como “feio” ou “bonito” sempre foi uma meta para quando saísse da faculdade.
Por isso, este ano me empenhei em achar um curso que explicasse a experiência do usuário quando em contato com o resultado final do projeto. Em uma dessas pesquisas, encontrei um curso livre de pequena duração na Belas Artes, faculdade super renomada na área criativa em São Paulo.
O curso de neuromarketing foi o meu escolhido, com 28 horas de conteúdo que vão desde a explicação de como funciona o sistema nervoso dos seres humanos até uma aula sobre o poder de viralização dos memes nos dias de hoje.
Dito isso, se você está aqui para saber quais são os cinco segredos do neuromaketing para o seu negócio, você está no lugar certo. Mas antes de ir direto ao ponto, é necessário entender que o neuromarketing estuda o comportamento do consumidor para criar campanhas mais efetivas. E que, durante o estudo, os cientistas perceberam que os mecanismos emocionais são processados MUITO mais rápido que os racionais, ou seja, para que o consumidor decida pela sua marca, é necessário criar um gatilho mental que interfira na experiência emocional do consumidor, quer saber como?
Explore os sentidos dos seus usuários
O uso do marketing multissensorial é uma das formas mais eficazes de atrair a atenção e impactar o usuário por meio de experiências. Quer ver? Aposto que você reconhece uma certa loja de cama, mesa e banho só pelo cheiro que sente ao passar no corredor do shopping, ou então associa a qualquer rede de fast food a maioria das comunicações com as cores vermelho e amarelo.
Existem diversos estudos que relacionam uma experiência sensorial a uma memória ou sentimento. Agora pense no quanto você aumentaria o elo emocional entre você e o seu cliente com um cheiro característico que ele sempre associaria à sua marca quando sentisse?
Um exemplo onde o uso do marketing multissensorial é aplicado com sucesso é o Dunkin’ Donuts, que instalou um dispensador de aroma em vários ônibus na Coreia do Norte e assim aumentou em 29% as vendas. E também a Farm, que é referência na escolha da trilha sonora das lojas, chegando até a criar a rádio Farm.
Use MUITO storytelling
O uso da narrativa de maneira correta pode te aproximar do público desejado e, dessa forma, transmitir a sua mensagem de forma eficaz. O storytelling, ao contrário do que muitos imaginam, não precisa envolver o produto em si, mas sim um contexto que faça com que o usuário absorva o conteúdo sem necessariamente entender que está sendo direcionado a realizar uma compra. Como dissemos anteriormente, isso faz com que o consumidor desperte emoções e crie um vínculo com a marca de maneira natural.
Um exemplo incrível de como contar histórias da maneira correta pode criar elos emocionais com a marca é a campanha da Heineken para a Champions League em 2016, cujo intuito era agradar ao público feminino e por isso criaram uma narrativa onde levaram 3 mulheres para assistir à final do campeonato em Milan, gerando um super buzz nas redes sociais.
Você já ouviu falar sobre gamification?
Você já percebeu como é fácil deixar o tempo passar quando estamos jogando algo? Seja baralho ou candy crush, há milênios as pessoas já procuravam por jogos para acumular pontos, desafiar um amigo ou então receber alguma recompensa.
Quer saber o motivo desses jogos funcionarem tanto a ponto das empresas buscarem formas de adaptarem a lógica dos games em diferentes contextos? Quando condicionado a um desafio, o nosso cérebro é motivado pela recompensa.
A Nike lançou uma campanha chamada NikeFuel, na qual os usuários competem entre si pela quantidade de atividade física que fazem diariamente. Depois de atingir um nível, os usuários ganham troféus e dessa maneira conseguem fazer com que os usuários se mantenham motivados o suficiente para usar o aplicativo no smartphone.
Use e abuse do FOCO
Imagine-se na seguinte situação: você está em um restaurante, pede o cardápio e se depara com 100 sabores de pizza para escolher - tenho pânico só de pensar no processo de decisão! Acontece que o nosso cérebro funciona melhor quando é exposto a fontes mais simples que facilitam a tomada de decisão.
Quanto mais fácil for para que o usuário se decida e tome a decisão, menores são as chances que ele fique confuso ou frustrado com o resultado. Algumas pesquisas comprovam que quando temos muitas opções, começamos a questionar as nossas decisões.
Alguns restaurantes, como o próprio McDonalds e o Burguer King já utilizam dessa técnica e possuem cardápios mais enxutos que a maioria dos restaurantes. Além do fator de decisão, para os restaurantes essa atitude também resulta em economia.
Desperte o senso de urgência.
O senso de urgência, também conhecido como “só até hoje”, “desconto relâmpago”, ou “últimas unidades” é uma maneira que o marketing encontrou de aumentar o valor de um produto, de maneira subjetiva. O medo de perder uma promoção, ou a oportunidade de comprar um produto, faz com que o usuário acabe comprando, mesmo que por impulso.
Aqui vai um ponto polêmico sobre a técnica: muitas vezes utilizamos do senso de urgência de maneira inadequada e prorrogamos a promoção ou aumentamos o estoque de um produto. Isso faz com que os consumidores percam a confiança e fiquem frustrados com a marca.
Esses são os cinco pontos que você deveria prestar atenção para o seu negócio, seja ele um restaurante ou um perfil do Instagram. O que acharam do conteúdo? Comente suas dúvidas que eu responderei cada tópico. E pra quem ficou curiosa sobre o curso, aqui você encontra todos os detalhes sobre ele.